sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mais carro, por menos dinheiro


Um SUV 4x4 pelo preço de um utilitário. Dacia Duster assume na perfeição conceito ‘low cost’ da marca do grupo Renault

Muito carro por pouco dinheiro. Que mais se pode pedir? De facto, o Dacia Duster interpreta na perfeição o conceito 'low cost' assumido pela marca romena do grupo Renault, já detentora de considerável sucesso comercial por essa Europa fora. Este é, pois, o SUV mais barato do mercado, com preços que variam entre os 18 350 euros, para a versão 1.5 dCi, de 85 cv e tracção dianteira, e os 24 mil euros do Confort Cuir 4WD, com motorização 1.5 dCi, de 110 cv. Há ainda uma versão de entrada, a gasolina (1.6 16V, de 110 cv, 4x2), por incríveis 16 350 euros.
Não tem os luxos nem a parafernália de equipamentos e a tecnologia de outros modelos, mas está lá o essencial. O rádio-CD ou o já elementar ESP (controlo de estabilidade) são pagos à parte e o ar condicionado, os faróis de nevoeiro, espelhos eléctricos, banco do condutor e volante reguláveis em altura e os quatro vidros com elevador eléctrico só surgem de série a partir do nível Confort (omais comercializado, com um preço 'canhão' na casa dos 20 mil euros). O nível Confort Cuir do 4WD testado pelo JRestá dotado de estofos, volante e punho das mudanças em couro, mas mesmo assim não chega aos 25 mil euros.
E se as versões 4x2 já haviam surpreendido pelas suas capacidades para enfrentar terrenos difíceis e pelo conforto oferecido em percursos estradistas ou urbanos, o Duster de tracção integral recomenda-se a quem, como nós, vê na prática do todo-o-terrenoum modo diferente de passar os tempos livres.
Com uma elevada distância ao solo (210 mm), bons ângulos de ataque (30º) e de saída (36º), o Dacia Duster mostra-se competente na transposição dos obstáculosmais difíceis, revelando a eficácia da embraiagem multidiscos que gere a repartição de binários
pelos dois eixos. Ou seja, galga quase tudo. Diga-se que o sistema de transmissão, comutável
para 4x2, Auto ou 'Lock', é herdado do Nissan Qashqai, o mesmo acontecendo com as suspensões e outros componentes mecânicos, mercê da aliança Renault-Nissan, sendo que o motor 1.5 dCi é o mesmo que podemos encontrar nos Clio, embora aqui com uma caixa de seis velocidades de relação curta.
“Pois, o motor de um Clio num SUV com vocação trialeira...”, questionam os mais cépticos. Porém, não é por falta de motor que o Duster perde pontos para a concorrência mais directa, assente em motorizações com o mesmo nível de potência, mas com preços superiores.
Em terra ou no asfalto, o bloco 1.5 dCi revela atributos surpreendentes e até nos consumos consegue equiparar-se ao conceito 'low cost' do Duster, com médias na casa dos 7,0 l/km, valor perfeitamente aceitável para um SUV de tracção integral. Sem dúvida, uma proposta a ter em conta...
Paulo Parracho

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