quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Eléctrico da Citroën chega em Janeiro


C-Zero vai custar 31 mil euros. Fomos à Suécia conhecê-lo
Depois de uma primeira apresentação no Salão Automóvel de Paris, a Citroën escolheu a cidade sueca de Malmö, referência europeia do ponto de vista de sustentabilidade ecológica e ambiental, para revelar à imprensa o modelo com que se pretende impor no sector dos veículos eléctricos.
A par com os testes dinâmicos do novo C4, a que daremos relevo em próximas edições do JR, tivemos ocasião de testar um veículo que resulta de mais uma parceria entre a marca francesa e os nipónicos da Mitsubishi e que na prática não é mais do que uma evolução (bem concebida) do i-Miev, que brevemente também chegará ao nosso mercado.
Assim, o novo Citroën C-Zero é movido única e exclusivamente com recurso a um motor eléctrico e propõe zero de emissões, zero de consumo e zero de ruído. Chegará a Portugal em Janeiro e será comercializado por um valor a rondar os 31 mil euros, já a contar com o incentivo de 5 mil euros prometido pelo Governo para motivar a aquisição deste tipo de veículos.
Embora o conceito seja ainda discutível, este poderá bem ser um dos primeiros carros do futuro, em que a ida à bomba de gasolina é literalmente substituída pela recarga das baterias numa qualquer tomada eléctrica doméstica ou nos pontos de abastecimento já disponíveis em várias cidades.
Uma carga, de valor estimado em cerca de dois euros, permite ao C-Zero uma autonomia de 150 quilómetros. Ou seja, o ideal para as deslocações de casa para o trabalho ou até para passeios pelas redondezas da habitação. É pouco e obriga a ter outro carro, dizem os mais cépticos, com razões ainda no que toca ao preço elevado de um carro com características comparáveis a um Citroën C1, por exemplo, que custa três vezes menos.
Porém, a valia ecológica (também discutível) pode ser suficiente para ultrapassar estes e outros conceitos.
A verdade é que gostámos particularmente deste C-Zero. Desde logo pelas prestações do motor eléctrico de 64 cv, capaz de atingir uma velocidade máxima de 130 km/h e com um binário de 180 Nm, disponível desde o primeiro toque no acelerador.
Nas ruas planas da cidade de Malmö, o C-Zero comportou-se à altura, com arranques rápidos e velocidade suficiente para ultrapassar os limites apertados do código de estrada sueco. Depois, lá dentro, o eléctrico da Citroën tem tudo o que os outros apresentam em termos de equipamento e oferece espaço razoável para quatro pessoas, graças a uma carroçaria monovolume, com 3,48 metros de comprimento, para uma largura inferior a 1,5 metros. As baterias estão colocadas sob o piso, enquanto o motor e o inversor (que recupera energia nas desacelerações e travagens) foram chutados para a traseira (daí a tracção também traseira).
Sem qualquer ruído a bordo e comum conforto compatível, conduzir o C-Zero resultou num prazer inesperado. Resta agora saber se estes e outros argumentos serão capazes de possibilitar o objectivo traçado pela Citroën em Portugal e que passa pela comercialização de 50 modelos durante o ano de 2011.

Paulo Parracho, na Suécia com a Citroën

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