quinta-feira, 24 de maio de 2012

É carro de presidente, mas gasta pouco



Citroën DS5 2.0 HDi Hybrid4: uma limusina amiga do ambiente
François Hollande escolheu o novo Citroën DS5 para sua viatura oficial. Para além da aposta num produto genuinamente francês, a opção do recém-eleito Presidente de França também tem muito a ver com a classe e o carácter escultural deste modelo. Assente na plataforma do C5, revela uma arquitectura futurista, considerada mesmo como "expressão do luxo à francesa" ou como "um produto de alta costura".
O desenho expressivo e o requinte estendem-se de fora para o habitáculo. Aqui, o posto de condução envolvente e os comandos no tecto, o desenho e o conforto dos bancos, bem como a proliferação de materiais de qualidade, exemplificam o melhor do luxo gaulês.
Ao nível da tecnologia não faltam atributos, como o controlo de tracção inteligente, a segunda geração do sistema de alerta de saída da faixa de rodagem, comutação automática dos faróis em função do tráfego, transmissão de informações a cores no pára-brisas ou a câmara traseira para estacionamento.
Disponível com várias motorizações e níveis de equipamento, este é o primeiro modelo da marca a adoptar a tecnologia diesel ‘full-hybrid’ Hybrid4, oferecendo em simultâneo elevadas performances (200 cv e tracção integral), e a possibilidade de rodar apenas com recurso ao propulsor eléctrico (37 cv), durante três quilómetros e a uma velocidade máxima de 70 km/hora.
De resto, num percurso de 60 km, conseguimos circular em modo totalmente eléctrico durante 26 km, tirando partido do recarregamento das baterias através do aproveitamento da energia cinética das travagens e desacelerações. Nos restantes, o propulsor diesel de 163 cv (na tracção dianteira) também recebe a ajuda do motor eléctrico (tracção traseira), permitindo que o resultado final em termos de consumos se situe numa média inferior a 5,0 l/100 km.
Através de um comutador podemos escolher entre quatro modos de funcionamento do sistema: Auto; Sport; ZEV (100% eléctrico) e 4WD.
Sim, o DS5 2.0 Hybrid4 distingue-se por oferecer tracção integral, quando os dois motores funcionam em paralelo, sendo que esgotada a capacidade das baterias, o motor eléctrico que alimenta o eixo traseiro continua a gerar potência com recurso a um poderoso alternador (11 cv de potência e 150 Nm de binário). Aqui convém dizer que o objectivo não é fazer TT, mas possibilitar estabilidade e segurança em situações de chuva, neve, gelo ou lama.
A condução deste modelo é bastante agradável e até as deficiências frequentemente relatadas sobre a caixa robotizada de seis velocidades CMP6 são atenuadas. Depois, dá um gozo tremendo andar literalmente à borla em percursos planos ou com descidas, tal como fizemos entre Sintra e a Praia das Maçãs.
Quando é preciso acelerar, podemos optar pelo modo Sport, com uma aceleração viva e poderosa.
Em cidade, o melhor é escolher a função Auto, levantar um pouco o pé e beneficiar da economia que o sistema híbrido Diesel da PSA nos possibilita.
Quanto a preços, situam-se na casa dos 46 mil euros.
Paulo Parracho

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Todo-o-terreno em primeira classe


Novo Mercedes-Benz ML oferece conforto, tecnologia e consumos mais moderados.
Combinar o ambiente de uma limusina e aptidões Mais do que evidentes para a prática do todo-o-terreno não parece tarefa fácil, mas a Mercedes-Benz conseguiu-o através do renovado ML. Um modelo cheio de contrastes e capacidade para se transformar à medida daquilo que o condutor desejar.
Ainda mais espaçoso e requintado do que a geração anterior, o ML, testado na versão 350 BlueTEC 4Matic, oferece um ambiente de autêntica primeira classe, possibilitando espaço e comodidade ao mais alto nível para todos os ocupantes. No interior não faltam pormenores de luxo e materiais nobres, seja nos bancos, nos revestimentos ou no tablier.
Ora, como já sabíamos que em estrada estavam reunidas todas as condições para uma viagem de alto nível, quisemos experimentar o ML fora dos percursos normais. Até porque, a versão testada pelo JR incluía o pacote “On&Offroad”, com seis programas de condução, seleccionáveis através de um comutador instalado na consola central, capazes de adaptar o ML a todas as situações possíveis e imaginárias: condução desportiva em estrada; neve, chuva ou gelo; terra; subidas ou descidas acentuadas; atravessamento de ribeiros ou reboque de atrelados e caravanas. A este ‘pack’ junta-se um outro, também fundamental para valorizar as aptidões TT do ML: o sistema de suspensão “Airmatic”. Oferece quatro opções de programação que adaptam a altura ao solo consoante as circunstâncias (do -1 para rodar em auto-estrada ao nível 3 para atravessar linhas de água). Estes dois opcionais elevam a factura final em cerca de 5 000 euros, mas garantem que o ML passa mesmo por cima de toda a folha.
Diga-se que a transmissão 4Matic é de série e funciona de forma inteligente, preferencialmente atrás, canalizando potência para as rodas dianteiras quando há necessidade disso.
Não menos importante é a poderosa motorização V6 de 3,0 litros turbodiesel, com 258 cv e um binário máximo de 620 Nm entre as 1600 e as 2400 rpm, a que se junta a caixa 7G Tronic, uma das melhores da actualidade, com patilhas de selecção sequencial no volante.
Para além de todas as competências, em estrada ou fora dela, associado ao sistema BlueTEC (que utiliza uma solução especial a reabastecer em cada 25 000 km) há uma garantia de redução de emissões poluentes e de consumos. A marca anuncia o cumprimento da norma EU6 e consumos na ordem dos 6,8 l/100 km, média que nunca conseguimos realizar. Andámos sempre entre os 8 e os 10 l/100 km, valores mesmo assim positivos para a dimensão, peso e potência de um modelo deste tipo.
O preço-base do ML 350 BlueTEC 4Matic ronda os 83 mil euros, mas a versão testada, recheada de extras, tinha um preço de venda na casa dos 110 mil euros, dos quais 20 499 para ISV e 20 657 de IVA!!!
Mais em conta fica a versão ML 250, em que o V6 3.0 foi substituído por uma unidade propulsora de 4 cilindros, 2,2 litros e 204 cv e binário de 500 Nm/1600 rpm. Líder de vendas entre os SUV premium, tem um preço base na ordem dos 73 mil euros.
Paulo Parracho

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Proposta melhorada


Novo Honda Civic torna-se mais atractivo, com excelente relação entre preço e qualidade 
Mantém as linhas atrevidas e futuristas que já evidenciava, mas parece agora munido de um estilo mais consensual e capaz de ganhar posições no disputado segmento C. Cresceu 4,5 cm e tem mais 1 cm de largura, mas a distância entre-eixos diminuiu 3 cm. Uma conjugação de medidas que, face a um interior reconfigurado, reforça a habitabilidade e o espaço da bagageira, agora com 477 litros. Ou seja, temos um Civic mais espaçoso, capaz de ombrear com modelos de maior vocação familiar, mantendo a imagem desportiva que o caracteriza.
Das mexidas operadas pelo fabricante japonês destacam-se evoluções no sistema de suspensões, com ganhos no conforto e na estabilidade, mesmo em pisos mais degradados. Ao nível do equipamento também há uma evolução considerável. Destaque para o i-MID, sistema multimédia que num ecrã de 5 polegadas disponibiliza várias informações e que até permite personalização com fotos de família. Há uma câmara de estacionamento com guias, num pacote tecnológico que contempla ainda ‘cruise control’ adaptativo, alerta de obstáculos e de probabilidade de embate com função de travagem automática, além de evoluídos sistemas de som e de navegação.
Nota-se, igualmente, uma enorme preocupação na correcção dos pontos mais criticados na geração anterior, nomeadamente no que toca à visibilidade através do óculo traseiro.
No lançamento nacional do novo Civic, tivemos oportunidade de testar a motorização 1.4 i-VTEC, de 100 cv, a que mais impacto terá no nosso mercado, devido ao preço a que é comercializada, na casa dos 21 200 euros (versão Sport). Podemos dizer que este motor não garante grandes prestações a quem gosta de carregar no pedal, revelando-se por vezes algo lento e anémico, mas é mais do que suficiente para uma condução equilibrada e tranquila. Depois, a nível de consumos é suficientemente moderado para se revelar como boa escolha (durante os cinco dias de ensaio registámos uma média de de 6,2 l/100 km). O sistema ‘start/stop’, de série, e a tecla ‘Econ’ ajudam na poupança.
Nesta fase de lançamento e enquanto a marca não disponibilizar o novo bloco Diesel de 1,6 litros e 120 cv, a motorização 2.2 i-DTEC, com 150 cv, apresenta um preço bastante atractivo, na casa dos 28 mil euros, de modo a fazer face às propostas da concorrência.
Paulo Parracho


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